Enumeramos de seguida algumas das propriedades das transformações conformes:
Se
é conforme e bijectiva, então
também é conforme.
Se
e
são conformes e bijectivas, então
é igualmente conforme e bijectiva.
Se
é uma função harmónica numa região
e se
é analítica então a função
é harmónica em
.
Estas propriedades são importantes para que seja possível usar transformações conformes nas aplicações.
O teorema de mapping de Riemann afirma o seguinte:
Se
é uma região simplesmente conexa tal que
então existe uma transformação conforme bijectiva
, onde
.
Para além disso, para cada
,
é possível encontrar um
tal que
e
.
Este
é
único.
Este resultado permite-nos saber que é sempre possível
encontrar uma transformação conforme entre quaisquer duas
regiões simplesmente conexas diferentes de
.
Um outro resultado a ter em conta é que para calcularmos a transformada de uma dada região simplesmente conexa, basta verificar a sua fronteira e a transformada de um ponto do seu interior. A imagem dessa região será a zona do plano (dividido em dois pela imagem da fronteira) onde a imagem do ponto se encontra.
Em cada ponto a velocidade é tangente às linhas de
e normal às linhas de
.
É possível calcular o potencial nos pontos de uma região
aplicando a transformação às coordenadas para uma
região onde se conheça a solução e então
calcular aí o potencial. Podemos assim calcular o potencial na região
usando a transformação de
onde o potencial é dado por
fazendo
.
A transformação desejada é:
Podemos verificar que esta realiza a transformação entre as regiões desejadas calculando a transformada na fronteira e verificando um ponto do interior.
Verifica-se.
Se escolhermos para função de potencial:
(Verifica-se que esta função respeita as condições
necessárias.)
Logo a função que dará o potencial na região H é:
Conforme foi explicado na introdução o campo de velocidades é dado por
Uma possível representação do comportamento do fluido será
A transformação inversa desejada é:
(Esta é a transformaç~ao de Joukowski)
Os pontos onde esta transformação não é conforme são
No nosso exemplo o primeiro ponto não nos vai interessar pois este encontra-se no interior da circunferência. O segundo corresponde a um ponto onde esta intersecta a origem. Aqui como a segunda derivada já é diferente de zero os ângulos irão ser multiplicados por dois criando-se assim a extremidade angulosa do aerofoil.
Podemos verificar que esta realiza a transformação entre as regiões desejadas calculando a transformada na fronteira e verificando um ponto do interior.
Verifica-se que esta transformação é adequada.
Procuremos a transformação da região em estudo para o exterior do círculo.
Como obtemos duas soluções resta descobrir qual importa estudar. Para tal avaliamos ambas e, escolhemos a que fica fora da região.
A função de potencial em torno de um círculo de raio r com o centro na origem e em que a velocidade do fluido é segundo a horizontal é
Se usarmos a mudança de coordendas seguinte temos potêncial em torno de um círculo com centro em z0 e em que a velocidade do fluido tem o ângulo
Logo a função que dará o potencial na região H é:
Para evitar que a velocidade seja infinita na singularidade
Em que o
Criamos assim as novas funções com o
Uma possível representação do comportamento do fluido, em que se mostram linhas equipotências da parte real e imaginária do potêncial é:
Como podemos observar existem alguns problemas segundo uma linha. Tal deve-se provavelmente ao logaritmo. Uma forma alternativa de gerar esta representação é fazer o cálculo do potencial em cada ponto em torno do círculo e fazer apenas a transformação das coordenadas desse ponto. Assim evitamos o uso do inverso desta transformação.
Uma possível representação do comportamento do fluido, em que se mostram linhas equipotências da parte real e imaginária do potêncial é:
Fluid Mechanics, Joseph H. Spurk, Springer, 1997
Elementary Fluid Dynamics, D. J. Acheson, Claredon Press, 1990